Category: LEITURAS___

Dignidade na palavra e na sabedoria

29 Outubro 2019

Escrito por GUILHERME D’OLIVEIRA MARTINS

Sophia de Mello Breyner é um sinal muito português e universal de talento, sensibilidade e sabedoria. Cada palavra da sua obra apela à reflexão, à exigência e à liberdade, para além do efémero das ideias feitas para contentarem o “espírito do tempo”.

“Nasci no Porto” – dizia Sophia de Mello Breyner Andresen (*1919-†2004).

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Sophia e a dança

29 Outubro 2019

Escrito por MARIA JOSÉ MAGALHÃES DA SILVA
& MARIA LUÍSA MALATO

Sobre os textos gentilmente cedidos à CNB pelos oradores da conferência/conversa realizada no Teatro Camões a 25 de janeiro de 2014, que reproduzem as suas intervenções [Sousa, C. M., Eiras, P. e Santos, J. P. (2014). Sophia e a dança. Lisboa: Companhia Nacional de Bailado].

Este pequeno livro é constituído por três artigos sobre o tema “Sophia e a Dança”, e procura dar a conhecer a importância da dança na poesia de Sophia de Mello Breyner Andresen. Como é dito na folha de rosto, é o resultado do trabalho de investigação levado a cabo por Carlos Mendes de Sousa, Pedro Eiras e José Manuel dos Santos, convidados pela Companhia Nacional de Bailado para uma conferência/conversa, realizada a 25 de janeiro de 2014, no Teatro Camões.
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Sophia – um testemunho

29 Outubro 2019

Escrito por PEDRO EIRAS

A minha memória deste poema ficou, intacta, como presa num cristal, numa gota de âmbar.

Eu teria talvez onze ou doze anos, não posso precisar, quando li pela primeira vez um poema de Sophia de Mello Breyner Andresen. É assim, pelo menos, que lembro, tantos anos depois.

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A Poética de Sophia à luz do Pensamento de Maria Zambrano

29  Outubro 2019

Escrito por TIAGO CABRAL

A necessidade de dar resposta ao diálogo provocado pela obscuridade dá-se numa solidão, não tem explicação e percebemos que não é universal. “De facto, um homem que precisa de poesia precisa dela, não para ornamentar a sua vida, mas sim para viver”. Ter o sentido da poesia é algo que só alguns têm, é uma água que só alguns reconhecem e precisam de beber. 

1. A maravilhosa «Evocação de Sophia» de Alberto Vaz da Silva (2009) abre com três epígrafes: a primeira, de Louis-Claude de Saint-Martin – “Il y a des êtres à travers qui Dieu m’a aimé” –, mostra a amizade como um dom divino, precioso, como se um amigo fosse um enviado de Deus especialmente a nós dirigido. Assim se terá sentido Alberto Vaz da Silva relativamente a Sophia.

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O Dom Interrompido: uma leitura do conto «O jantar do bispo», de Sophia de Mello Breyner Andresen

29 Outubro 2019

Escrito por NUNO HIGINO

Sophia afirma: “Isto [o facto de dar tudo e se identificar com a extrema pobreza do seu povo] desafiava o uso, o costume. Já nem era virtude: era desordem, anormalidade, bolchevismo”.

Sobre a natureza do círculo

«O jantar do bispo» é um conto clarividente e, por isso, de complexa interpretação. Há diversos círculos que se constroem aparentemente de forma isolada, mas que, com o decorrer da história, se vão tocar (e interromper) de forma decisiva.

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Uma obra em debate

29 Outubro 2019

Escrito por RITA BARBOSA DE OLIVEIRA

Outra discussão recente sobre a obra de Sophia consiste na atitude transgressora da mulher tanto pela reinvenção dos atos de determinadas personagens femininas da mitologia quanto pela transposição da voz que seria convencionalmente masculina para a voz feminina.

No ano em que Sophia de Mello Breyner Andresen completa cem anos de nascimento, a leitura de sua obra enriquece com os debates organizados no âmbito das instituições culturais. Entre essas realizações, as Actas do Colóquio Internacional Sophia de Mello Breyner Andresen (2011), publicadas em 2013, revisitam temas e acrescentam outros com valiosas discussões.

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Sophia de Mello Breyner Andresen: notas sobre a Poesia

29 Outubro 2019

Escrito por MIGUEL REAL

As palavras nomeadas, simplesmente nomeadas, (quase) sem adornos estilísticos, nuas, tornam-se mais do que palavras, denotando uma transcendência e um poder absolutos, definidores da humanidade do homem.

A poesia de Sophia de Mello Breyner Andresen, iniciada em 1944 com o livro «Poesia», espelha a sensibilidade cultivadora de uma “rara exigência de essencialidade” (David Mourão-Ferreira) com a utilização do léxico comum das línguas – palavras simples –, diálogo entre uma natureza humana limpidamente ética e uma natureza auroralmente divina. A Grécia clássica guarda o segredo e o tesouro do último momento histórico em que homem e natureza teriam vivido em fusão, experimentando aquela inteireza exemplar da vida, a verticalidade solar de, transcendente e imanentemente, se sagrar filho dos deuses.

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A Grécia de Sophia de Mello Breyner Andresen: aspectos

29 Outubro 2019

Escrito por CONSTANÇA MARCONDES CÉSAR

A Grécia é metáfora, em seus poemas, da beleza imortal, da plenitude e presença do sagrado, recuperada no olhar da poetisa.

No livro da editora Caminho, «Sophia de Mello Breyner Andresen – Uma vida de poeta», organizado por Paula Mourão e Teresa Amado e editado em 2010, a sequência cronológica da publicação das obras da poetisa mostra a permanência da temática do mar e da Grécia em seus escritos. Falecida em 2004, a sua obra poética começa a ser publicada em 1944, pela própria autora, com o livro «Dia do Mar», a que se seguirão, em 1950, «Coral»; em 1954, «No tempo dividido»; em 1958, «Mar Novo»; em 1961, «O Cristo Cigano»; em 1962, «Livro Sexto»; em 1990, «Ilhas»; em 1994, «Mar»; em 1997, «O Búzio de Cós e outros poemas».

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