Paulo Borges
[Uma língua, mais do que um conjunto de convenções, é decerto a expressão de um sopro espiritual e vital, mas também a sua condensação numa estrutura verbal e conceptual, semântica e sintáctica, que condiciona a percepção da realidade e configura um regime de consciência onde essa riqueza e abundância patente na etimologia indo-europeia de real se reduz ao mundo de sentidos, significações, juízos e valorações que um determinado regime linguístico constrói, com um intuito predominantemente utilitário, ao serviço dos interesses humanos dominantes.]