Author: revistapontesdevista

Luís Miguel Duarte[1]

Faculdade de Letras da Universidade do Porto

 

Não me senti capaz de, sozinho, fazer o seu elogio. Tive que pedir ajuda. Não precisava de historiadores, de académicos (para isso estou cá eu e em princípio sou suficiente); queria outro jornalista. Chamei um amigo comum, um infinito amigo, o Manuel António Pina, para escrever este texto comigo. E ele aceitou, aceita sempre. (more…)

José Gama

A leitura de Alegria breve constitui um momento ímpar de reflexão e de interrogação sobre a existência humana, guiado pela mão hábil e invasiva de Vergílio Ferreira, naquele modo solene e insatisfeito que ele consegue imprimir à sua escrita como ninguém. A releitura adquire ainda uma dimensão mais forte, se for guiada, logo à partida, por aquele sentido de reavaliação de tudo o que acompanha a despedida da vida de toda uma aldeia, em que a grandeza e a incapacidade do homem parecem atingir os seus limites… (more…)

Ana Catarina Milhazes

Há pouco mais de um ano, lia um pequeno livro de Frederico Lourenço que tem este bonito e significativo título: O Livro Aberto. Aberto naquele sentido de Umberto Eco, admitindo a infinitude de leituras. Não lhe chamou “livro aberto” ou “um livro aberto” mas “O livro aberto”. O porque a Bíblia, que aí comentava Frederico Lourenço, se não é o livro mais aberto da História (mais vezes lido e referido, mais estendido e extensível), é pelo menos o livro mais paradigmático da leitura interminável. (more…)

Ana Catarina Milhazes

À obra de Julio Cortázar já anteriormente publicada pela Cavalo de Ferro, juntou-se mais um título, Aulas de Literatura – Berkeley, 1980, que nos dá as oito aulas que o autor proferiu na Universidade da Califórnia, quatro anos antes da sua morte. Entre Outubro e Novembro, às quintas-feiras, cerca de uma centena de alunos do Departamento de Estudos Hispânicos e Portugueses assistiram às aulas de duas horas do escritor argentino. Para além destas, o livro inclui ainda, em apêndice, duas conferências públicas. (more…)

SAMUEL DIMAS é Professor Auxiliar da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa, Assessor Científico do Centro de Estudos de Filosofia e membro da Direção do Instituto de Filosofia Luso-Brasileira.

Ver os artigos deste autor.

Constança Marcondes Cesar

[Aparição representa a luta pelo equilíbrio, finalmente alcançado,  através da arte e do amor, pelo homem que é atravessado pela  contradição entre a consciência de si, como impulso para um ser mais,  e a consciência da morte. Luta pelo equilíbrio de quem não encontra  mais em nenhum outro absoluto – que não o da consciência de si –  nenhuma possibilidade de transcendência.]

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José Luis Gavilanes Laso

[De un lado, pues, ceñir al hombre a sus límites; por otro, el deseo de trascendencia hacia lo ilimitado. Esta paradoja responde a las dos características esenciales de la condición humana: muerte y deseo de inmortalidad. Es difícil definir al ser humano, pero creo que en esta dicotomía paradójica de Vergílio Ferreira puede estar la clave: el hombre es un ser limitadamente infinito. Los personajes de Vergílio Ferreira se imponen, pues, un desafío crucial: ver hasta qué punto pueden soportar una existencia sin trascendencia y cómo, despojados de un valor absoluto, pueden asumir su precariedad humana. ]

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Hugo Monteiro

[O sorriso, o primeiro do Ocidente, surge-nos assim como o assomo de um Adeus que atravessa o tempo em saudação – gesto indistinto no excesso de um encontro que, em última análise, leva o próprio tempo atrás de si, revelando que “todos os séculos do passado se conglomeram ali, no instantâneo presente”]

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Maria Luísa Malato

entrevista

Fernanda Irene Fonseca

fernanda-irene-fonsecaA Fernanda Irene Fonseca se devem alguns dos mais importantes estudos sobre a obra de Vergílio Ferreira, em parte reunidos na obra Vergílio Ferreira: a celebração da Palavra (1992). Foi a organizadora do Colóquio Interdisciplinar de Homenagem a Vergílio Ferreira (Porto, 1993) e das respetivas Actas (1995). Continuou, até hoje, a escrever regularmente artigos sobre Vergílio Ferreira que se encontram ainda, infelizmente, dispersos. Depois de 36 anos como Professora de Linguística na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, aposentou-se para se dedicar quase exclusivamente ao estudo do espólio de Vergílio Ferreira. Fez a edição critico-genética do manuscrito de um diário escrito pelo romancista entre 1944 e 1949, que foi a primeira obra do seu espólio a ser publicada. Co-editou também, em colaboração com Hélder Godinho, o romance Promessa, de 1947, o único romance completo que Vergílio Ferreira deixou inédito.

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