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“De olhos bem abertos”: breve evocação de Sophia de Mello Breyner Andresen
29 Outubro 2019
Conduzida por PEDRO BARROS a MIGUEL SOUSA TAVARES,
intervencionada por MARIA LUÍSA MALATO
Transcrição de partes da entrevista feita a Miguel Sousa Tavares, a propósito do lançamento de «Cebola Crua Com Sal e Broa: da infância para o mundo» (2018) em Amarante (23 de Fevereiro de 2019).
Intervenientes: Miguel Sousa Tavares (MST), Pedro Barros (PB), Maria Manuel Alvito (MMA).
Escrito por MARIA LUÍSA MALATO
Aquilo a que chamamos rosa, mesmo com outro nome, teria igual perfume?
“What’s in a name?”, o que é que há afinal num nome? Aquilo a que chamamos rosa, mesmo com outro nome, teria igual perfume? É a partir de 1954 que, na capa de «No tempo dividido», aparece pela primeira vez a assinatura de Sophia, mantida a partir de então. Com efeito, em «Poesia» (1944), «Dia do Mar» (1947) e «Coral» (1950), a autora tinha assinado os seus livros com a grafia simplificada pelo acordo: Sofia.
Escrito por GUILHERME D’OLIVEIRA MARTINS
Sophia de Mello Breyner é um sinal muito português e universal de talento, sensibilidade e sabedoria. Cada palavra da sua obra apela à reflexão, à exigência e à liberdade, para além do efémero das ideias feitas para contentarem o “espírito do tempo”.
“Nasci no Porto” – dizia Sophia de Mello Breyner Andresen (*1919-†2004).
Escrito por MARIA JOSÉ MAGALHÃES DA SILVA
& MARIA LUÍSA MALATO
Sobre os textos gentilmente cedidos à CNB pelos oradores da conferência/conversa realizada no Teatro Camões a 25 de janeiro de 2014, que reproduzem as suas intervenções [Sousa, C. M., Eiras, P. e Santos, J. P. (2014). Sophia e a dança. Lisboa: Companhia Nacional de Bailado].
Escrito por PEDRO EIRAS
A minha memória deste poema ficou, intacta, como presa num cristal, numa gota de âmbar.
Eu teria talvez onze ou doze anos, não posso precisar, quando li pela primeira vez um poema de Sophia de Mello Breyner Andresen. É assim, pelo menos, que lembro, tantos anos depois.
Escrito por TIAGO CABRAL
A necessidade de dar resposta ao diálogo provocado pela obscuridade dá-se numa solidão, não tem explicação e percebemos que não é universal. “De facto, um homem que precisa de poesia precisa dela, não para ornamentar a sua vida, mas sim para viver”. Ter o sentido da poesia é algo que só alguns têm, é uma água que só alguns reconhecem e precisam de beber.
1. A maravilhosa «Evocação de Sophia» de Alberto Vaz da Silva (2009) abre com três epígrafes: a primeira, de Louis-Claude de Saint-Martin – “Il y a des êtres à travers qui Dieu m’a aimé” –, mostra a amizade como um dom divino, precioso, como se um amigo fosse um enviado de Deus especialmente a nós dirigido. Assim se terá sentido Alberto Vaz da Silva relativamente a Sophia.
O Dom Interrompido: uma leitura do conto «O jantar do bispo», de Sophia de Mello Breyner Andresen
29 Outubro 2019
Escrito por NUNO HIGINO
Sophia afirma: “Isto [o facto de dar tudo e se identificar com a extrema pobreza do seu povo] desafiava o uso, o costume. Já nem era virtude: era desordem, anormalidade, bolchevismo”.
Sobre a natureza do círculo
«O jantar do bispo» é um conto clarividente e, por isso, de complexa interpretação. Há diversos círculos que se constroem aparentemente de forma isolada, mas que, com o decorrer da história, se vão tocar (e interromper) de forma decisiva.
Escrito por RITA BARBOSA DE OLIVEIRA
Outra discussão recente sobre a obra de Sophia consiste na atitude transgressora da mulher tanto pela reinvenção dos atos de determinadas personagens femininas da mitologia quanto pela transposição da voz que seria convencionalmente masculina para a voz feminina.
No ano em que Sophia de Mello Breyner Andresen completa cem anos de nascimento, a leitura de sua obra enriquece com os debates organizados no âmbito das instituições culturais. Entre essas realizações, as Actas do Colóquio Internacional Sophia de Mello Breyner Andresen (2011), publicadas em 2013, revisitam temas e acrescentam outros com valiosas discussões.