Escrito por ANNABELA RITA
…quando no fundo dos espelhos
Me é estranha e longínqua a minha face
E de mim se desprende a minha vida.
Sophia de Mello Breyner Andresen
Sophia de Mello Breyner Andresen é uma voz absolutamente singular da literatura portuguesa, sacerdotisa do verbo poético que embebe de memória estética, dotando-o de uma museologia imaginária que convoca, quer a sua obra, quer a ocidentalidade mais universalizante da nossa cultura, reflectindo-se nelas em fragmentos autorretratísticos. Jogo de reflexos em jeito de palimpsesto. Vibrante de refrações, de fantasmas, de convocações.