Escrito por PAULO BORGES
O poema vive da tensão entre as modalidades temporais do já, do ainda não e do “um dia”, sendo que o que faz com que as duas últimas se experimentem e toda a composição não colapse e se desfaça no eterno e instante presente do já, são as “pontes” que prendem o ser profundo, pleno e autêntico “à agitação do mundo do irreal”.
Há na poesia de Sophia de Mello Breyner Andresen um impulso para a plenitude que marca desde o início a sua obra, claramente expresso no poema “Pudesse eu não ter laços nem limites”: