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Sophia e Poesia: «..caminho no passeio, rente ao muro mas não caibo na sombra»

29 Outubro 2019

Escrito por MARIA CELESTE NATÁRIO

A obra de arte faz parte do real

e é destino, realização, salvação e vida

Sophia de Mello Breyner

 

O poema autêntico é a

invocação de um mistério

Eudoro de Sousa

 

Será o ser que permite que a poesia nasça,

para nela se encontrar e, assim,

nela se fechando, abrir-se como mistério

Martin Heidegger

É num plano ontológico que temos lido a obra de Sophia de Mello Breyner Andresen por nela nos parecer estar presente, de modo patente ou latente, não só a procura da verdade das coisas, mas algo mais ainda: a revelação da falsidade das coisas. Com efeito, a sua poesia é, ou apresenta-se ao nosso olhar, como um caminho de desocultação, simultaneamente no sentido de uma verdade, como da sua essência, numa acepção próxima da ideia de desocultação do ente de sinal heideggeriano, particularmente evidente nas suas concepções de arte – entendendo-se esta como o “pôr-se em obra da verdade” e sendo “a beleza um modo como a verdade enquanto desocultação advém”.1

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l'exiel albert camus camilo castelo branco revista pontes de vista

AA.VV., L’exil et le royaume: d’Albert Camus à Vergílio Ferreira, collection “Exotopies”, Paris, Éditions Le Manuscrit, 2014.

Manuel Cândido Pimentel

[Pode o leitor encontrar neste livro um mundo de interpretação não monolítica da escrita literária e filosófica de ambos, antes plural de orientações e sugestões, uma proposta de viagens, visitações e revisitações da obra camusiana e vergiliana, um convívio intelectual que, indo da análise literária à filosófica, procura desvincular-se de lugares-comuns e traçar um perfil seguro dos dois autores.]

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palavra escuta e silêncio celeste natario revista pontes de vista _ 01

Jorge Cunha, Maria Celeste Natário e Renato Epifânio (coords.), Palavra, escuta e silêncio: Filosofia, Teologia e Literatura,

Porto,Universidade Católica Editora, 2014

Manuel Lázaro Pulido

[Na totalidade, vinte e uma reflexões de filósofos que falam de poesia, de teólogos que fazem reflexões sobre a poesia com grande dose filosófica, e de poetas que entram num labirinto de razões que às vezes apontam para o além (teologia).]

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