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O insistente fulgor do inaugural: Poéticas de Sophia

29 Outubro 2019

Escrito por HUGO MONTEIRO

Pulsa, no poema escutado desde a infância – antes mesmo de se saber da existência da literatura –, o protesto sonoro e sem língua que é a própria infância. 

I. Antes do início

Na sua precisão luminosa, Sophia declara, ao longo da sua escrita, uma fidelidade ao indício de uma origem silenciada nas coisas e nos seres, de que o poema é rastro e rumor. Trata-se de uma fidelidade ao que, desde o início, desde sempre, se imprimiu numa concepção de poesia e de poema intuída no exterior de qualquer disciplina discursiva. Somos confrontados com uma abordagem da poesia ligada ao modo do seu acontecer, da sua experiência concreta e, de certa forma, selvagem:

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Hugo Monteiro

[O sorriso, o primeiro do Ocidente, surge-nos assim como o assomo de um Adeus que atravessa o tempo em saudação – gesto indistinto no excesso de um encontro que, em última análise, leva o próprio tempo atrás de si, revelando que “todos os séculos do passado se conglomeram ali, no instantâneo presente”]

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