Tag: Heidegger

Rodrigo Michell dos Santos Araujo

[Questão nuclear da obra vergiliana: já no primeiro volume de uma série diarística intitulada Conta-corrente (1993), que o autor mantém desde 1969, encontramos uma necessidade e urgência da escrita para (sobre)viver. Uma escrita desassossegada, uma urgência febril, muitas vezes acometida pela debilidade física: “precisava tanto de escrever, escrever […]. Escrever, escrever, como quem repete o orgasmo até deitar sangue. Desfazer-me em escrita […], repetir-me, esgotar-me rebentar da minha escrita de uma vez” (FERREIRA 1993: 181).]

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Telmo Castro

[O Arquitecto é um resistente que tem de lutar contra/com o poder instituído. A ideia de resistência, seja ela política, cultural ou arquitetónica, só pode existir se for identificado algum tipo de regime entrincheirado para ser combatido, para ser resistido. O objetivo de resistência raramente serve para derrubar o regime entrincheirado, mas antes para proporcionar um lugar. De igual modo, só pode existir onde existe uma ordem estabelecida, um espaço, por assim dizer, em que todos os que estão insatisfeitos possam operar mais livremente, mitigando a necessidade de se conciliarem. Como afirma Foucault, “onde há poder, há resistência ao poder”. Acrescentaríamos: “onde há resistência há poder”. Todo o arquiteto, ou agente cultural, o deveria saber. ]

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AA.VV., L’exil et le royaume: d’Albert Camus à Vergílio Ferreira, collection “Exotopies”, Paris, Éditions Le Manuscrit, 2014.

Manuel Cândido Pimentel

[Pode o leitor encontrar neste livro um mundo de interpretação não monolítica da escrita literária e filosófica de ambos, antes plural de orientações e sugestões, uma proposta de viagens, visitações e revisitações da obra camusiana e vergiliana, um convívio intelectual que, indo da análise literária à filosófica, procura desvincular-se de lugares-comuns e traçar um perfil seguro dos dois autores.]

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Manuel Cândido Pimentel

[Constitui uma representação pueril querer admitir a existência do pensamento sem a língua ou fora de uma ordem de linguagem, o que nos pode desde já servir à ideia de que não há filosofia sem língua ou de que a filosofia fala a língua, filosofia que é sempre a máxima expressão do pensamento de um povo ou de uma cultura, pois que a filosofia é o saber das articulações do sentido em busca do melhor sentido, indo da plurivocidade da metáfora para a univocidade do conceito.]

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