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Ut pictura poesis: mil palavras, mil imagens, Mil-homens

29 Outubro 2019

Escrito por SARA AUGUSTO

A relação interartística, entre poesia e fotografia, que seria de esperar da parte de quem lida com os dois domínios como coisa própria, não se apresenta de forma continuada.

No breve livro de poesia com o vasto título de «Universália», diz-se: “Estariam secas as fontes/ destes versos/ não fora os medos/ que sobrevivem, tão perversos,/ eternos bronzes/ da estatuária dos degredos (1919, p. 34). Os versos, cortados e incisivos, apontam uma das razões mais fundas para o exercício poético de António Duarte Mil-Homens: a poesia como movimento íntimo de liberdade, sentido como urgente a partir das contingências quotidianas. Neste contexto, o sentido do “medo” atinge uma dimensão ampla, manifestando, sobretudo, a condição tão frágil, mas também tão efémera, da vida humana.

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